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Rodolfo Amstalden: As ações da Ambipar (AMBP3) e as ambivalências de uma participação cruzada

Dois amigos são convidados simultaneamente para uma mesma festa, vamos chamá-los por nomes comuns aleatórios: Renzo e Nelson.

Eles planejam juntos as roupas, o corte de cabelo e o itinerário de chegada ao local, animados com a possibilidade de compartilharem aquela experiência mágica.

Todavia, Renzo e Nelson acabam se separando quase que casualmente logo que cruzam a porta de entrada, quando são arrastados de um modo ou de outro pela multidão de boêmios marchando em movimento browniano.

Ao término do evento, depois de várias horas afastados, eles se reencontram.

Um deles, Nelson, está completamente eufórico, vestindo o casaco de outrem, gabando-se da maior e melhor algazarra de que já participou na vida. Certamente, uma noite memorável, que ficará cravada nos autos históricos do mais puro hedonismo dionisíaco.

O outro, Renzo, parece um pouco deprimido e — o que talvez seja pior — entediado.

Entre bocejos, ele pede para voltarem logo pra casa… que tempo perdido com toda aquela gente chata, intelectualóide, que debatia Pierre Bourdieu e se revezava em uma competição infantil de quem fazia o melhor drink sem álcool.

Chega, já deu por hoje, Renzo pega as chaves do carro. Ele lembra exatamente onde parou e pode voltar dirigindo tranquilamente, pois não está bêbado e nem usou drogas. Nelson vai de carona.

Para ser sincero com os nossos leitores, naquele momento, Renzo sente um pouco de inveja da alegria extasiante do amigo; argumenta que está exausto e não quer ouvir os relatos passados nas últimas horas.

Nelson percebe o desconforto de Renzo, fecha os olhos para sentir de perto o lado aconchegante de uma leve tontura, e de repente solta: “finalmente, a justiça se reequilibrou entre nós, hahahahah”.

Hahahahaha?

“O quê? Como assim? Do que você está falando, seu bosta? Que merda de justiça é essa em que você pega geral enquanto eu morro com um copo de Ginger No-jito na mão?”.

“Calma, Renzo, preciso te contar uma coisa… Lembra quando compramos juntos aquelas ações da Ambipar, perto do meu aniversário, em julho de 2024?”.

“Ãh, e daí? O que isso tem a ver?”.

“Daí que você zerou a posição no fim de maio, e ganhou uma puuuuuta grana”.

“Sim, e você também!”.

“Não, eu não. Eu só falei pra você que tinha vendido, mas a verdade é que eu fui ambicioso além da conta, achei que podia subir mais, aí não vendi”.

“Não vendeu daquela vez? E aí você vendeu quando?”.

“Esse é o problema: eu nunca vendi”.

“Ah, puta que pariu, entendi agora… Bom, vamos lá no Joakins que eu te pago um lanche enquanto você me conta de novo aquela história do banheiro com luz de neon”.

Grafico Ambipar

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Francisco Gomes

Blog sobre finanças pessoais, investimentos, renda extra, ações, Tesouro Direto e FIIs. Escritor e investidor com foco em expansão internacional

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